quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O menino do ônibus

Sento-me na bancada dura e fria de concreto, à espera do ônibus com destino ao Litoral. Um garoto, aparentando seus 16, 17 anos, passa pela calçada da rodoviária, com o jeito e a expressão no olhar de quem é seguro de si e não deve nada à ninguém. Ginga levemente, e carrega nas costas uma mochila. Com as duas mãos segura uma necessaire de couro marrom – que se distingue dos demais objetos, como a descombinar com o restante do retrato.


Ao subir no ônibus, decido sentar no local correto, indicado no bilhete da passagem, pois parece que o veículo sairá cheio da rodoviária. Além disso, não quero arranjar confusões, já que da úlltima vez, um senhor – aparentemente indefeso e doce, acompanhado de sua senhora – quase que me deu um soco por estar sentada no seu assento. Como todo viajante antipático que se preza, rezo para que ninguém ocupe o banco ao meu lado, o da janela. Quando vejo, não estava com poderes espirituais eficientes: o garoto da bolsinha de couro olha para os números acima da minha cabeça, checa com os do bilhete, e faz menção de sentar ao meu lado.


Enquanto o motor esquenta, começo a observar disfarçadamente o rapaz. Ele se senta, coloca a mochila em frente às pernas, mexe-se para encontrar posição confortável, e, por fim, pousa a bolsinha marrom em cima das coxas, seguida pelas mãos. Veste um conjunto de moleton cinza, com algumas estampas, talvez ao estilo surfista. Brincos em uma das orelhas, relógio chamativo, corrente de prata no pescoço, e um boné de algodão, daquele tipo que se encaixa na cabeça, elástico, mas sem a parte superior – o que permite ver seus cabelos curtos, encaracolados, e com algumas luzes. Parece preocupar-se com a aparência. Lábios mais grossos que finos e olhos castanhos com um leve toque de mel, que combinam com a cor da pele – um bronzeado natural, acobreado, índio.


Noto que suas unhas, curtas, possuem uma leve sujeira. E as mãos continuam sobre a bolsinha marrom. Ela caberia perfeitamente na mochila. O que será que tem dentro dela?. Ele batuca as mãos, parece inquieto. Inicio por duas vezes uma conversa usual, talvez sobre o costumeiro tempo, que ele responde com monossílabas. De repente, um toque de mensagem de celular. Ele tira o celular do bolso, e parece responder a mensagem. Olha mais que o necessário, parece reler o conteúdo, e guarda o telefone. Durante os minutos seguintes continua numa regular comunicação pelo celular, que de tempo em tempo toca anunciando mensagens. Mexe no cabelo, movimenta-se no assento.


Em questão de segundos minha cabeça não deixa de criar estereótipos, e consequentemente, devaneia em suposições. Aquela bolsinha sempre enlaçada por mãos, os olhares atentos do garoto, sua constante comunicação – por mensagens – no celular, a idade, o jeito de se vestir, os traços físicos – que querendo ou não associo às classes mais pobres -, tudo parece enveredar por um caminho: que raios há dentro da bolsa-de-couro-marrom?.


Após vinte minutos as mensagens cessam, e resolvo tentar um cochilo. Meu companheiro de viajem também ajeita-se, encostando o rosto na janela, usando uma blusa de frio como almofada. Acordo, e olho no relógio – passou-se meia hora após ter adormecido. Espio para o lado, e vejo que ele ainda está dormindo – sem tirar as mãos da bolsinha. Após algum tempo, ele desperta, se espreguiça, e parece estar mais tranquilo. “A maior parte da viajem passou”, penso. Tento mais alguma investida e pergunto para ele se sabe em que ponto estamos – ou algo do tipo. O garoto responde, mas nada maior do que as monossílabas.


Algumas pessoas já começam a descer nas cidades vizinhas do Litoral. Um homem vem caminhando do fundo do ônibus, vestido com sua farda cinza, e uma pistola na cintura. Um policial militar, que após longo dia de trabalho, deve estar voltando para casa. Olho para o menino, e ele observa o policial. Após algunas instantes, a autoridade fecha a porta que separa o motorista dos passageiros, o ônibus pára, o militar agradece e desce. E se o policial desconfiasse de algo?.


Agora compreendo o porquê da bolsinha. Ela fica em mãos para poder ser jogada pela janela, caso ocorra algum imprevisto – na hora, não percebo que a janela não possui abertura, e que o carro é o da linha mais moderna da empresa. No fim das contas penso, “coitado, ele não tem culpa do que faz, é uma vítima da sociedade, deram um banho de loja nele e o colocaram...” – ouço um barulho que corta meu devaneio: é um ziper se abrindo. A minha vontade de olhar conflita-se com o medo, e com o orgulho de fingir que não me interesso pela vida alheia. Vejo de relance o ziper da bolsinha sendo fechado, mas não há mais tempo de descobrir o conteúdo. Viro o rosto para a frente, mas um barulho de papel me capta a atenção novamente. Pela primeira vez o menino toma a iniciativa: - Quer um?. O suculento bombom de chocolate, mordido, salta sobre meus olhos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Gostei da brincadeira

1. pegue um livro próximo ( PRÓXIMO, não vale procurar);

2. abra na página 161;

3. procure a 5º frase completa;

4. poste essa frase em seu blog;

5. não escolha a melhor frase, nem o melhor livro;

6. repasse para outros cinco blogs.

A minha frase: “Chiru mudou o disco”. O tempo e o vento (O arquipélago I), de Erico Verissimo.

Os 5 blogeiros indicados: Roberta D'Ávila, Guilheme Júnior, Lorrayne França, Eduardo Brandão e Luana Fernandes.

domingo, 7 de outubro de 2007

Percival e Jornalismo Polici...Criminal!

Sabadão de sol, e como quase sempre, lá estou na faculdade. Dureza ter aula num dia em que se deveria estar na praia (mentira, porque quem mora no litoral não aproveita o sábado para isso. Aliás, não utiliza nenhum dia da semana para este fim). Bom, voltando ao enfoque deste post – a tarde promete uma palestra sobre Jornalismo Policial. Apesar de um professor dizer achar absurdo aluno que não conhece o palestrante – Percival de Souza – confesso, nunca ouvi falar. Tudo bem que ele é comentarista policial do Jornal da Record, mas na verdade, assisto aos telejornais da tarde e olhe lá. Afinal, à noite estou estudando – boa desculpa, não?

Devido ao trânsito na descida da Serra, Percival de Souza não chegou no horário previsto, e os participantes do debate, Márcio Harisson, que é jornalista do Rádio Polícia, programa da Cultura AM, e Eduardo Veloso, repórter de polícia do jornal A Tribuna, iniciam o evento com suas opiniões e experiências sobre o tema. Os dois salientam a necessidade de uma especialização na área – até mesmo disciplina, o que acredito ser exagero. Harisson e Veloso possuem diploma de direito, no intuito de lidar corretamente com as notícias que tanto envolvem a área jurídica.

As questões sobre o uso indevido das palavras (usar furto e roubo como sinônimos), e a exposição de fotos de suspeitos (podendo denegrir a imagem de uma pessoa inocente) foram debatidas. Algo que ficou claro é que não importando que área optar no jornalismo, a credibilidade é o ponto-chave. Mesmo que não fosse em área policial – ou criminal, como prefere Souza -, é necessário que o profissional seja responsável diante do que publica, verificando informações incansavelmente e buscando ser objetivo no uso das palavras, para não dar margem à distorções e interpretações ambiguas.

Como Veloso disse, não é só a foto que deve ser motivo de preocupação: o contexto em que é colocada e a legenda são importantes. “Se é um suspeito sem certeza, nem o nome deve ser publicado”. Na opinião deles, repórter desta editoria deve desconfiar de tudo e de todos. “Repórter policial tem que ser malandro”, para não dizer “puta-velha”, comentou Harisson.

Apesar de não muito esclarecedor e conclusivo em certos pontos, uma das atualizações do Código de Ética dos Jornalistas pela FENAJ ratifica a presunção de inocência: todo o indivíduo é inocente até que se prove o contrário. Outro ponto é o do compromisso com a verdade, que há mais de 20 anos integra o Código: o “Respeito às aspas”, em que as declarações devem ser publicadas no devido contexto. Se em relação ao texto esta é a resolução, a imagem não deve deixar de ser tratada da mesma maneira.

Voltando à palestra e deixando as leis de lado, quando o jornalista Percival de Souza chegou no auditório C do Centro de Comunicações e Artes (CCA) – eu gosto mesmo é do antigo Facos!-, percebeu-se que a visão dele deixava de lado o tecnicismo para entrar no romantismo. Com as frases “Nós (jornalistas) somos contadores de história”, “Jornalismo e Literatura são conciliáveis, dependendo do espaço e do veículo”, e de que é necessário “percepção, sensibilidade e talento para escrever uma matéria”, o experiente comentarista pareceu conquistar mais a platéia.

Citou Euclides da Cunha, Gay Talese e Truman Capote – que fazem parte da pequena lista “Bibliografia básica para um futuro jornalista”, semeada aos sete cantos pelo professor Dirceu na faculdade, com a finalidade de contribuir na formação de nossas cabecinhas tão avoadas. Aliás, quem quiser, é só procurá-lo (de preferência na biblioteca, no período diurno) que sempre há uma listinha sobrando na mochila verde, pronta para ser entregue numa mistura de ar questionador/exigente/boa-gente. E claro, com uma leve pitadinha de braveza.

E novamente retornando ao jornalista do dia (adoro viajar), interessante a explicação de Souza sobre a troca de Jornalismo Policial para Criminal. Como a área demanda desde investigação que envolva psiquiatria e química forense até antropologia, o termo policial torna-se limitado. Dar crédito a alguém que entrou na área policial pelo Jornal da Tarde não é tão ruim assim. Percival nunca havia trabalhado antes na área, mas por “ordens” de “um certo” Mino Carta (que queria dar nova roupagem ao segmento) entrou nesta especialidade – e nunca mais saiu.

Após certa polêmica sobre o uso de termos técnicos corretos nas matérias policiais em troca de palavras mais claras mas “incorretas”, o comentarista da Record destacou a importância do uso de uma linguagem acessível ao público, diante de uma linguagem muitas vezes rebuscada do Direito.

Por reportar temas que envolvem a criminalidade, algumas histórias curiosas foram contadas. Em certa ocasião, ao entrevistar um foragido pertencente a um grupo de extermínio, Percival de Souza ouviu da boca do próprio que seria executado dois anos antes, e só não foi devido a um “vacilo do atirador”. O criminoso enumerou endereços da casa e trabalho e rotina diária. Por denunciar em programas jornalísticos as ações do bando, Percival era nome forte na lista negra. Já com outro entrevistado, no mesmo “setor” de extermínio, Percival narrou a fala do homem: “Muito prazer em te conhecer. Quando você precisar de mim, já sabe a minha especialidade”. É, tem que ter mesmo talento pra coisa.

  • O jornalista Percival de Souza é autor de quatro livros: Autópsia do Medo, O crime da Rua Cuba, Sindicato do Crime - PCC e outros grupos e Narcoditadura (que ganhei – com autógrafo e tudo - num sorteio do evento!)

obs. com correção das cagadinhas indicada por uma anônima de grande ajuda.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Por uma Birmânia livre!!


Blogueiros de todo o mundo estão preparando um ação em apoio à revolução pacifista em Birmânia (Mianmar). Queremos enviar um sinal de liberdade e demonstrar nossa simpatia a essas pessoas que estão lutando desarmados contra aquele regime cruel. Estes blogueiros planejam agir criando um post sobre o assunto em seus blogs no dia 4 de Outubro com um banner com as palavras "Free Burma!".

Aqui está a minha contribuição!!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Santiago, aquele tipo único


É fascinante saber que existem tipos tão peculiares no mundo, que se distinguem dos demais humanos de uma forma que faz qualquer um pensar na normalidade da própria vida, pesar tristezas, aventuras e alegrias. Santiago, mordomo argentino que serviu por 30 anos a família Moreira Salles (dona do Unibanco), num ‘palacete’ na Gávea, na cidade do Rio, é um destes seres.


De gosto refinado, portador de grande conhecimento e memória, Santiago mereceu há cerca de 13 anos atrás um documentário sobre a sua vida. Produzido por Joãozinho – como o argentino chamava o cineasta João Moreira Salles, filho de seu patrão da casa no bairro carioca – o vídeo acabou por não sair, sendo editado, com um novo olhar e enfoque, apenas neste ano. Santiago faleceu antes de saber que seu documentário iria realmente sair, com mais de 80 anos de vida e de muita história.


Apesar do doc. de João Moreira Salles não possuir o enfoque no ‘personagem central’, mas em como fazer – ou não fazer – um documentário, e como foi a vida para o documentarista na casa de sua infância, é impossível não prestar total atenção ao peculiar Santiago. O mordomo fala em um espanhol italianado, aquela típica cara de argentino-europeu. Um velho meio-interaço, meio acabado, que carrega uma peruca – que quase consegue ser imperceptível.

Apesar de não possuir família, o senhor de bengala nas mãos, que acata todas as ordens de “portar-se naturalmente” no filme de seu antigo patrãozinho, tem a companhia de centenas de pessoas em seu modesto apartamento. São os membros da aristocracia universal – lista que o velho mordomo compôs por mais de 50 anos de vida. As milhares de folhas empilhadas em uma estante sob um antigo relógio de parede une desde dinastias antigas, como os nomes mais importantes do povo hitita, da Pérsia, do Egito, até as famílias italianas, nobrezas inglesas e francesas mais recentes. E tudo documentado em inglês, francês, italiano e português.


Tudo o que o velho Santiago comenta, suas histórias, paixões e admirações pelo que é fino, que é europeu, são curiosas. Suas rezas em latim, a obrigação de tocar piano de fraque, pois afinal “é Beethoven”, e a capacidade de tocar castanholas acompanhando o ritmo de uma música clássica, tudo é único. Triste é não saber o que ele realmente queria dizer, já que todo o documentário é manipulado para ironicamente ter naturalidade. João Moreira Salles que deve se sentir culpado, mas o perdoamos por ter criado a revista piauí, vai. E afinal, é de muita coragem o cineasta escancarar seus erros do passado, e aprender com eles, criando uma obra muita boa de se ver.

Atividade: texto sobre jornalismo participativo

O profissional que faz a diferença

A questão da obrigatoriedade ou não do diploma no jornalismo tem sido debatida por profissionais, acadêmicos e empresas há alguns anos. Quando se trata de web, o poder de informar parece tomar um único caminho: faculdades, bye bye. Se por meio de blogs, portais e outros qualquer pessoa obtém o poder da palavra, fica claro que tratando-se da internet, jornalistas e não-jornalistas têm espaço de sobra.

O Jornalismo Participativo – se foi batizado com esse nome –, tem razão de ser. O direito de se comunicar não deve ser restrito, e com uma população mundial de seis bilhões, porque poucos devem ter a permissão de trocar idéias, conhecimento e informação? Outra vantagem: na web, as leis velhas dos papéis não valem, e se valem, são difíceis de serem aplicadas. Se não é possível criar uma revista, um jornal, num papel, porque não possuo o tal do “MTB”, com um blog, pode-se ir muito mais além: produzir grandes reportagens, com espaço de sobra para comentários e críticas. É, o jornalismo participativo parece restringir-se à Internet. Mas se ele está aí para ser alternativo, fazer a diferença, possibilitar que todos se comuniquem, há ainda muito caminho pela frente: deve tornar-se ferramenta para todos, sem restrições de classe. Se este é o seu papel, diversificar e não monopolizar, ainda vai muito chão.
Quanto aos jornalistas de carteirinha, não devem se preocupar. A faculdade não dá técnica, dá conhecimento cultural. O profissional de qualidade é que faz a diferença. Ele não disputará emprego com um blogueiro qualquer, mas com espaços virtuais que merecem ser valorizados. Então, se este jornalista é capaz de dimensionar informações, sintetizar e jogar fora todo o lixo de notícias espalhadas pela web, ele não deve temer a força desta ferramenta, pois o seu portal de notícias, blog jornalístico, será muito mais visitado do que qualquer outro.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Análise de usabilidade de sites


Dentro do tipo de notícia que o site da BBC Brasil propõe publicar, o portal não deixa nada a desejar: informação balanceada sobre os principais acontecimentos do dia no mundo, sempre dando destaque às notícias que estão na mídia constantemente, como a guerra no Iraque. Como é um ‘braço’ no Brasil do portal britânico, sempre dedica espaço a matérias sobre a Grã-Bretanha.

Por ser destinado a um público exigente – já que estes buscam um portal de notícias internacional – o site apresenta um conteúdo alternativo em suas pautas, com assuntos que muitas vezes são esquecidos pela grande mídia, como as guerras civis no continente africano. Um exemplo é uma matéria de segunda chamada de hoje (06/09): Darfur: Sudão e rebeldes discutirão paz em outubro.

Quanto à acessibilidade, o tempo de carregamento das páginas é tolerável (até para a internet discada), apesar das matérias sempre acompanharem fotos, links e vídeos. Porém, as matérias nunca possuem o nome dos jornalistas, excetuando-se artigos e um outro canal – o blog dos editores – criado justamente para disponibilizar um contato entre público e portal, através de comentários, sugestões e dúvidas. O site sempre realiza enquetes sobre os assuntos de maior destaque.

O portal da BBC Brasil mantém um padrão em todos os seus links, e a cor azul – predominante no portal de notícias, além do preto, são praticamente as únicas que compõem o ‘cenário’, sendo de ótima escolha, pois não torna a leitura das matérias pesada. Apesar de possuir bastantes links, estes se fazem necessários, pois levam o internauta a ter conhecimento de todo o andamento do fato, e não levam a assuntos irrelevantes. Desta forma, o portal da BBC Brasil atinge todos os seus objetivos dentro da proposta escolhida.

O site da Prefeitura Municipal de Itanhaém, apesar de ser produzido com a intenção de informar munícipes sobre serviços e eventos na cidade, sempre acaba sendo um meio de ‘divulgar’ os projetos e melhorias da administração presente. O portal possui linguagem clara, que não prejudica o entendimento das notícias, e a página carrega com ‘certa’ facilidade.

As matérias não são assinadas, mas são atribuídas aos respectivos setores da assessoria, com o devido e-mail abaixo, para possíveis dúvidas. Na parte inferior da página, há endereço, e-mail e telefone da Assessoria de Comunicação. Há ainda um link “Fale conosco” bem no topo da página, que possibilita outro meio de comunicação.

As cores predominantes são o azul e preto (para os textos), porém, há uma quantidade relevante de links coloridos que não chegam a prejudicar o visual do site, mas que deixam o cenário um pouco pesado. Um link de busca de matérias na parte superior do site favorece a proposta do site, para que o cidadão encontre com maior facilidade as informações que deseja obter.
Se o site da SBD se limitasse somente ao espaço visualizado quando se entra no site, sem mover a barra de rolagem, já estaria bom. Os primeiros links já satisfazem todas as dúvidas sobre o assunto (tudo sobre diabetes – sintomas, alimentação, atividade física, dúvida com médicos, agenda de eventos), olhando-se do (nosso) ponto de vista de leigo.

As cores da página são em sua maioria neutras, agradáveis, mas o exagero de informações - pois a primeira página é extensa - tornam a leitura meio confusa, cansativa, devido a tanta informação. Deveria ser mais enxuto. Apesar disso, o site carrega com facilidade, e a maioria das matérias são assinadas, tendo todas espaço para comentários. Há no topo do site um link para contactar a SBD, e ainda, o espaço inferior geralmente de praxe em sites, com endereço, telefone e expediente – com os nomes dos repórteres, conselho editorial, presidência da SBD e até da assessoria de comunicação responsável.
Avaliação: BBC Brasil - 29 pontos
Pref. Itanhaém - 23 pontos
SBD - 24 pontos

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Conversa de bar

Você entra no bar, bebe umas e outras e começa aquele momento revelação. Brada com toda alegria e lágrimas nos olhos que ama seu amigo que está ali ao lado – e que não acha graça nenhuma do grude e da perda de audição devido aos seus berros. Ama mamãe, papai, titio, titia, e todos os seres repugnantes da Terra – pois sim, coitados, eles não tem culpa de serem repugnantes. E ama também aquele outro bêbado que calmaí – está passando agora ao seu lado. Ele senta, bebe uma cerveja contigo, brinda a alegria de viver e de travar novas amizades, e em seguida corre para o famoso banheiro de bar estilo-final-de-noite.


Ele retorna do temível mas irrecusável toilette, discute ética, literatura, música, e até anatomia com você. Não se sabe ao certo como aquele assunto começou, mas afinal, como ele foi mesmo parar na sua mesa? Mas isso não importa mais, porque o que mais incomoda é aquela sensação estranha na barriga, parece que algo sobe-e-desce sobe-e-desce dentro do estômago. Mas isso também não importa, porque você está com os seus amigos, e só este fato tem a capacidade de cobrir os pensamentos como em um outro dia qualquer não teria.


Quando vê, cria em cinco minutos uma intimidade de cinco anos com o tal estranho-amigo, pois o xinga de viado para baixo por ele ter dito que gosta de Álvares de Azevedo. Álvares de Azevedo? Manda ele para o inferno, não quero saber se ele é clássico, é obrigatório na Fuvest, e que foi influenciado pelo poeta lord Byron do século tal-tal-tal, ou que cita em seus contos um tal Manoel de Maria Barbosa du Bocage – pois para você, afinal, Bocage é um bar perto da Paulista onde se concentram os baladeiros GLS. - Vai falar de morte, depressão e cadáver para lá, e aproveita e se enterra junto com o Augusto dos Anjos e a Clarice Lispector.

Tudo bem, as opiniões estão sendo ditas na ignorância, mas evoque com toda a cerimônia – pois existe maior prazer do que refocilar no desconhecimento? Pelo menos é o que diz aquela comunidade de uma rede de relacionamentos online. Quanto ao papo de música, não vem somente com lirismos-circo-mpb, porque de “axé a Axel Rose tá valendo”. Discute-debate-discute, mas no fim das contas ninguém está ouvindo ninguém, na verdade são dois monólogos paralelos.


Conversa vai, conversa vem, e tudo parece acontecer muito rápido. Ele se levanta, diz que precisa ir, devido a uma carona com um outro meio-alegre qualquer, que segundo os termos juvenis, “está apto a dirigir”. E aquele laço fraternal de tão antiga-nova amizade é quebrado. Você o verá novamente? Jamais. E se recordará daquele dia, daquele bâbado-amigo, como se realmente a conversa tivesse sido instrutiva. Mas como descreve a psicologia, o ser humano tende a relembrar de eventos antigos, com o decorrer dos anos, de forma mais agradável do que eles realmente foram. E mesmo que encontre o tal bêbado (sobriamente) no futuro, ele de faxineiro e você de chefe da mesma empresa – ou vice e versa – vocês não se reconhecerão. Apenas lembrarão separadamente daquele dia, no bar.

Brincando no Paint!

Resolvida a dar um pouco de vida a este blog mofado, postarei uma crônica que produzi valendo atividade para nota na faculdade. É lógico né, produzir de pura vontade e criatividade é que não é! rs

Bom, queria ter desenvolvido mais a idéia, mas não deu. Até fiz um desenhinho para deixar mais engraçadinha - e para eu poder brincar no Paint, é lógico!



Pequenas Gentilezas
Apesar deste mundo moderno e parecendo clamar por individualismo, ainda é possível ver que os pequenos favores e simpatias resistem. Outro dia, sentada no terceiro assento de um micro-ônibus, esperava entediadamente a chegada do meu ponto final. No meio da jornada, uma mulher de meia-idade sobe e começa a relatar o seu impasse.

Sem trocado em casa, o único dinheiro que possuía era uma nota de cinquenta reais dada por seu filho. Ela sabe que a placa com os dizeres “Troco máximo R$ 10,00” a impossibilita de utilizar o transporte, mas insiste em persuadir o motorista-cobrador de que já tem marcada a consulta no médico, dando a entender de que quando se trata de saúde, exceções devem ser abertas. Impaciente e fingindo simpatia, o motorista explica que não pode fazer nada, pois “acabou de abrir a linha”, e “não tem um tostão no caixa”.

Enquanto isso, uma senhora de ‘idade-inteira’ logo a minha frente observa com atenção a conversa entre possível passageiro e motorista, na dupla de bancos à esquerda do ônibus, reservadas aos velhinhos e afins. Parece analisar consigo mesma se interfere na conversa ou não. De cabelos brancos, coque e grampos – deste estilo que hoje se vêem somente em senhorinhas evangélicas de correntes fervorosas –, com roupas simples e sacolas de supermercado que guardavam de tudo, menos compras de supermercado, a velhinha saca dois reais de uma bolsinha de moedas e declara com voz firme, mas doce: - Eu pago para você, afinal, já me fizeram isso antes.

A mulher de meia-idade agradece com toda a simpatia que pode, mas com malícia de quem tinha encenado a peça esperando “a deixa final” de um colega de transporte. Já a senhorinha, desceu com expressão de satisfação no rosto. Afinal, se é tão bom agradar os amigos - fazer pequenas gentilezas a eles - é mais prazeroso ainda ser útil a um ser estranho que talvez você nunca mais esbarre na vida.

Por mais que o bom cidadão resmungue quando o ônibus está lotado, e ninguém se levanta para dar lugar àquela pobre velhinha cheia de sacolas nas mãos – acentuando-se ainda que o banco reservado a ela está ocupado por um jovem sem forma e modos -, é prazeroso perceber que a tal senhorinha sente-se totalmente agradecida por tê-la dado o lugar que ocupava. E depois, triunfar perante a boa educação que possui, comparada ao resto dos quarenta seres apertados naquele desconfortável espaço.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Izidora (parte 1)

Izidora Márcia está à procura de um emprego. Sua única experiência profissional foram duas semanas de limpeza e atendimento na academia da tia Maria Izilda. Dona Izilidinha, como é conhecida, resolveu - num momento de pura inovação e criatividade - abrir a Izilda´s Corpus, na cidadezinha de Nova Zelda do Sul. Como o vilarejo só possui dois mil oitocentos e quatro habitantes (contando-se os últimos quadrigêmeos da dona Zumira, que ficaram muito conhecidos e até apareceram no noticiário da rádio local), a idéia de uma academia soou estranha para os habitantes, que só apareceram na Izilda´s no dia da inauguração, por motivo de curiosidade. Com seis pesos e duas bicicletas ergométricas, a academia não durou mais de dois meses.

A jovem Marcinha – que não gostava de ser chamada pelo primeiro nome, pois Izidora só foi colocado devido a terrível tradição de Nova Zelda, em que todos deviam ter nomes com a letra ze – acabara de mudar-se para Conchavos, o município mais desenvolvido da região, no qual todos os jovens zeldenses ansiavam por residir. Sem experiência, graciosidade, estudo (cursou somente até a sétima série, apesar de adorar ler livros) nem beleza, Marcinha buscava de comércio em comércio uma oportunidade para mudar de vida.

Hospedada na casa de Zoraide – amiga de infância que saiu fugida de Nova Zelda com um vendedor de tapetes – ela sentia-se à vontade, mas sempre sonhava em ter sua própria casa, onde poderia incessantemente lavar o banheiro, a cozinha e a sala, e ainda comprar um televisor e colocar no quarto para assistir filmes de seu ator preferido: Patrick Swayse. Apesar de deixar o tal do currículo em vários lugares, Izidora começou a perceber que em certos comércios seu biotipo não seria aceito: sentia-se uma estranha num lugar onde todas as vendedoras eram loiras, com grandes brincos de prata em círculo e botas altas de camurça.

Certo dia, enquanto caminhava no centro de Conchavos, em uma das principais avenidas, a zeldense avistou uma pequena loja, que nunca havia visto igual na vida. Atravessou a rua e começou a observar todos os badulaques pendurados na vitrine, esculturas estranhas de bichos, gnomos, estátuas de madeira e quadros. Quando virou-se mais à esquerda, na direção da pequena porta, um cheiro muito perfumoso e diferente que nunca havia sentido saiu de dentro do lugar, e isso a fez entrar. Ao passar pela porta levou um susto, pois algumas pedras com cores cristalinas que estavam amarradas e penduradas na batente encostavam-se provocando um ruído agudo, que trazia calma aos ouvidos. A atendente, que não aparentava passar dos 30, e carregava um rosto severo sob óculos quadrados e pretos, parecia não importar-se com a chegada de um possível cliente ou estranho, e continuava a ler um livro intitulado Persuasão. Quando analisou com olhos curiosos o cenário à sua volta, Izildinha (como detestavelmente era chamada pela mãe), descobriu que aquele era o lugar perfeito para se trabalhar. Apesar de muitos objetos, que pareciam ser valiosos às vistas da zeldense, e que também deviam dar trabalho de tirar o pó, a loja não parecia ser difícil de tocar, já que além da moça de 30 e a possível cliente, havia somente algumas moscas - que rondavam um prato de doces. Era ao lado do pedaço meio comido de torta de morango que vinha a tal essência que a convidou a entrar: um comprido cigarro escuro que espalhava a fragrância por todos os lados, e que pelas letras escritas no pacote jogado, chamava flores do campo. Izidora Márcia sentiu que ali era o seu sonho de ofício, pois imaginava-se no lugar da mulher severa, lendo livros, cheirando flores do campo, e até dando uma nova vida à lojinha, já pensando em como melhorá-la e conquistar clientela.

Sem grandes perspectivas, Izidora devaneou durante alguns minutos, imaginando uma rotina metódica e fácil, abrindo a loja, limpando as peças e sentando na poltroninha da atendente, para ler e sonhar com o seu querido Patrick o resto do dia. Seus filmes prediletos eram Ghost e Dirty Dance. Quando imaginava-se na pele da doce Baby dançando encostada ao seu amor, a atendente de 30 a acordou para a realidade: - Ow!! Ei, você aí! Garota! Você está interessada em algo?. A mulher, Berenice, perguntou em tom de ironia, achando engraçado o jeito da mocinha que, pensou ela, “tinha cara de ninguém e lembrava nada”. Além de lesa, para ela, Izidora não deveria ter posses nem jeito de quem se interessava por artigos tão distintos como a Lua Crescente possuia. Apesar de deixar a loja às traças - pois o dono não ligava muito, já que tinha algumas propriedades - Berenice acostumou-se tanto com cada peça, e passou a considerá-las com tanto carinho uma a uma, que encontrava defeitos em todos que lá entravam, e não fazia questão de ser cortez e simpática como deveria.

Quando olhou bem no rosto de Berenice, Marcinha percebeu que a mulher de 30, na verdade, devia passar dos 40, pois tinha uma verruga enorme (presenteada com alguns pêlos ao redor) próximo a boca, no lábio inferior, que lhe impunha um aspecto de bruxa. Izidora afastou-se, e quando deu um passo para trás, quase derrubou um enorme Buda que estava sobre uma mesa de vidro. – Ah não. Brigada moça. Só tava olhando. Marcinha saiu em disparada da loja, e percebeu que a bruxa não iria sair daquela vida boa tão cedo, e que teria que descobrir outra vendinha tão especial quanto aquela.

Enquanto andava pelas ruas, a moça lamentava sua sorte. Percebia isso em pequenas coisas. Toda vez que ia atravessar a faixa, o semáforo sempre abria para os carros no mesmo instante, e tinha que atrasar alguns minutos para continuar a caminhada: sentia a vida sempre atrasada. Cometia gafes em momentos que considerava importantes, e não conseguia se expressar da maneira que gostaria. Sentia a lei de Murphy dominar a rotina: quando pensava que as coisas não estavam bem, elas teimavam em tranformarem-se piores.

Apesar de ser a mais nova entre as cinco irmãs (Elizabete, Elizandra, Elizete e Eliz), Izidora nunca foi paparicada, e sempre ficava com o pior pedaço do bolo e do frango, dormia na pior cama, tendo ainda que vestir as roupas usadas das irmãs, sendo que antes de chegar na sua vez, as calças, vestidos e camisetas da Elizabete já haviam passado pelas outras três parentas do caminho. Não que não recebesse roupas em datas como aniversário e Natal, mas geralmente suas tias davam-lhe vestidos floridos e muito curtos, que ao seu ver ficavam indescentes. Izidora Márcia gostava de cores neutras, como marron, begi e um verde ‘embolorado’ para ser mais audaciosa. Sua mãe, Zuleide, sempre presenteava-a com calcinhas e meias, “que são coisas que nunca devem faltar”, dizia. E assim, com um passado monótono e sem brilho, Izidora alimentava suas esperanças de mudança.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

O tão comentado aquecimento global


Hoje todo mundo fala sobre aquecimento global, agir ecologicamente correto. Mas será que alguém faz realmente alguma coisa? Porque é muito fácil falar, ou andar de bicicleta ao invés de carro, escovar os dentes com a torneira fechada e soltar menos gases de produção-estomacal-própria na atmosfera só para ajudar o tal meio ambiente. Não que essas ações não contribuam para para que as mudanças climáticas – que inevitavelmente acontecerão – ocorram de forma menos agressivas e precoces. Mas e as ações coletivas?
É legal você descobrir iniciativas como o grupo Ecofilmagens, na cidade de Cubatão, mais precisamente Vila dos Pescadores. Uns amigos se reúnem, e por morarem em barracos sobre palafitas, em área de manguezal, resolvem agir para conscientizar a comunidade a não jogar lixo no mangue. É lógico que com isso os próprios moradores se beneficiam, já que além de não poluir o ambiente, a sujeira ainda somaria-se a falta de saneamento básico, moradias inseguras e a falta de acesso à eletricidade e água potável.
José, André e Vitor, os criadores do Ecofilmagens, compraram equipamento do próprio bolso e se viram como podem. Mesmo sem muito conhecimento fazem o que podem, entrevistam as pessoas que vivem do que o rio e o mangue oferecem (pescadores e catadores de siri), e ainda dos que vivem da reciclagem e que pegam muito do material de trabalho no rico ecossistem ali presente. Apesar de ainda ser vista muita sujeira no local, o Ecofilmagens já plantou a ‘sua sementinha’, já que mais de 1.200 moradores assistiram às suas produções, segundo os próprios.
É difícil você exigir de pessoas que não tem bens essenciais, como moradia, acesso à água e luz, de terem a tal consciência ecológica. Com tantos problemas e inseguranças na cabeça, fica difícil pensar num assunto tão tratado na mídia. É que as condições precárias de vida na comunidade já não são mais notícia, já é matéria fria. Mas para os moradores, apesar do aquecimento global ser a matéria quente, o principal evento continua sendo as suas condições de vida.
Enquanto preocupam-se com o que a poluição gerada pela vida moderna e todos os utensílios que a facilitam causam no buraco da camada de ozônio, tem muita gente fazendo uma sujeirinha, mesmo sem nenhum bem tecnológico.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Educaçao e inclusão digital: caminho para um país de qualidade

Os números não mentem. Países emergentes que investem na área de educação – e da inclusão digital - aproximam-se mais da tão esperada nomenclatura de “desenvolvido”. Tome-se como exemplo o vizinho Chile, que na América Latina destaca-se em relação ao índice de acesso da população à internet¹: 42%, enquanto a média Latina é de 17%. Uma nação só cresce economicamente quando todos os outros fatores o seguem, sendo a alavanca de tudo a priorização do ensino como um caminho para a melhora da qualidade de vida, e por conseguinte, do desevenvolvimento do país.
Não se pode mais ter a idéia de que investir na informatização, e na utilização desta como ferramenta para a educação, é supérfulo diante de outros setores. Deve-se chamar atenção para questões como miséria, controle da saúde e o direito a moradia, entretanto, não se pode relegar a segundo plano à exclusão digital. Com o acesso à internet, o cidadão torna-se um cosmopolita, conhecedor de mundo. Por consequência, fica mais preparado para crescer e ascender socialmente, fazendo com que os governos economizem mais nas ‘consideradas’ prioridades.
O homem difere-se dos demais animais pelo uso da linguagem, de sua comunicação mais complexa. Desta forma, a principal ferramenta de comunicação do futuro não deve ser descartada, pois ela é a alternativa presente. Coloca em igualdade países de “primeiro mundo” com os “vices”, através de um aspecto especial: a produção de idéias e livre expressão. Nesse lugar o que vale é a criatividade, e nenhuma barreira física ou social impede o pensamento - pelo menos até hoje.
O desevolvimento econômico de um país ocorre – além de uma série de fatores - com a participação dos trabalhadores, e da produção destes nas empresas e indústrias. Se hoje o computador é um item que já disputa com a TV a preferêcia de parte das (privilegiadas) residências brasileiras², fica claro que também o é para as empresas. Além de ser um bem tecnológico facilitador, deve servir de peça para a qualificação dos trabalhadores.Desta forma, a educação e a inclusão digital devem trabalhar juntas para o crescimento econômico e social, num contínuo círculo virtuoso. Como primeiro passo, deve-se aumentar o investimento no setor de educação, que é absurdamente tímido. Acompanhado disso, o acesso à internet para a população é o caminho, que levará conhecimento através da idéia inicial do computador: auto-didático e acessível à todos.
1 - Fonte: Internet World Stats e Nielsen Net Ratings (março de 2007).
2 - Brasil: 32 milhões de usuários de Internet (17% da população); acesso domiciliar: 14% das residências

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Os caras eram F#$%SS!!!

"A micro-informática, base da cibercultura, é fruto de uma apropriação social".
Concordo com a afirmação de André Lemos, pois a micro-informática, conseguindo alcançar todas as camadas da sociedade, mostra que a informação e o conhecimento estão ao alcançe de todos. O único impecílio que barra a oportunidade ao conhecimento é o preconceito das classes acadêmicas, que muitas vezes não priorizam em seus trabalhos a divulgação científica. Basta apenas que os "privilegiados", que possuem oportunidade de estudo, tomem como exemplo os jovens que criaram essas inovações tecnológicas, e que vivendo e participando do movimento contra-cultural, pensavam que essa nova ferramenta deveria priorizar a comunicação entre todas as pessoas, sem distinguir classe social, idade, sexo ou raça.
O computador se tornou um item indispensável para muitas das famílias brasileiras, e não se restringe somente às classes altas. Tornar prático e facilitar o uso de uma tecnologia prova que muitas vezes o que falta é boa vontade dos criadores. Hoje qualquer pessoa que se aventure a usar um computador cosegue sozinha aprender os diversos mecanismos da máquina. A popularização destes mecanismos foi essencial, pois o monopólio dessa tecnologia nas mãos dos que detem o poder poderia ter sido prejudicial.
A internet é um exemplo do que a micro-informática possibilitou: milhares de pessoas no mundo, podendo se comunicar e expor suas opiniões livremente, com um custo pequeno. Resumindo: os caras que vivenciaram o movimento contra-cultural, e que lutaram não somente por estes, mas outros ideais que visavam o bem-estar do coletivo, eram f#%&sss!!